The Rubber Duck

Ou "O Patinho de Borracha", em português

Post de
por Beatriz Felix

O primeiro poema em inglês que eu escrevi também foi o primeiro poema que só um nicho muito específico de pessoas (pessoas que programam) entenderia. Por isso, mais uma vez, como é de praxe neste blog, cabe aqui fazer uma pequena explicação do que o texto trata.

Eu respeito poemas herméticos (tenho até amigos que são) mas não gosto de fazê-los. Eu tenho esse defeito de querer entender linguagem verbal. E é maravilhoso que haja várias interpretações possíveis, mas quando eu não consigo pegar nenhuma, até me sinto meio burra, quando o texto é pra “sentir”. Quando escrevo, quero ser entendida, e quando leio quero entender, não quero “só sentir”. Se for só pra sentir, eu prefiro andar de patins ou tomar chá.

O poema de hoje tem essa brecha intencional pra interpretações que não tem graça eu desenvolver, mas dá pra ler sem espremer muito o texto. Um patinho de borracha, daqueles que bóiam amarelos em banho de criança, é um conhecido método de resolver problemas quando se está programando. Imagine que você precisa encontrar a solução pra um problema e, antes de perguntar a alguém como resolver, pega um patinho de borracha e explica pra ele o seu problema em detalhes. Às vezes, conforme vamos falando, tropeçamos na solução no meio do nosso próprio discurso - sem que o patinho tenha, é óbvio, dito nada, porque é um brinquedo inanimado.


I’m a rubber duck
Tossed aside
On your desk
Each question you ask
You’ll answer with your own guess
(As if I’m not really there).

Which answer’s the best
Is up to you, nonetheless
As you go about your task

I’m dying to speak my mind
But that’s not what you expect
To you, I’m a rubber duck
A sitting duck, an easy chat
What I give, you don’t give back
You only squeeze me from time to time
So you can hear me - quack!

(01/07/2024)